Um ‘hino’ ao futebol. Foi isso mesmo que aconteceu esta sexta-feira, em Guimarães, no Vitória SC-Sporting da 17.ª jornada da I Liga que acabou com 4-4 no marcador, mas que teve de tudo ao longo dos 90 minutos.
Este nunca foi um jogo calmo e prova disso é que aos dois minutos já se gritava golo no D. Afonso Henriques… pelos adeptos visitantes. Viktor Gyokeres, assistido por Geovany Quenda, abriu o ativo cedo, mas não foi preciso esperar muito para que Tiago Silva, 5 minutos depois, repusesse a igualdade de livre direto (1-1).
Quenda e Gyokeres, no entanto, estavam bem alinhados e juntos voltaram a desenhar um belo golo, ao minuto 14, devolvendo a vantagem aos leões (1-2), vantagem essa que duraria até depois do intervalo.
Já com Gustavo Silva fora do relvado, devido a lesão, o Vitória SC ainda tentava entender como poderia contornar esta adversidade e o inevitável Gyokeres tornou a fazer estragos. Aos 57′, a passe de Morita, apontou o 1-3 e nesta altura ninguém podia adivinhar o que estava por vir.
Telmo Arcanjo, que começou o jogo no banco, entrou determinado em fazer a diferença e seis minutos depois de pisar o relvado assistiu, brilhantemente, Kaio César para o 2-3, golo que criou junto dos adeptos a esperança necessária para virar o resultado.
O Sporting ia tentando segurar a equipa da casa, mas só conseguiu fazê-lo até ao minuto 80, altura em que o Vitória se superiorizou. João Mendes, que também foi suplente utilizado, empatou o encontro aos 82′, com Arcanjo a assistir, uma vez mais, um colega para o golo, desta feita Michel Dieu, jovem de 20 anos que iniciou a temporada pela equipa B dos vimaranenses, que atua no Campeonato de Portugal.
Já os comandados de Daniel Sousa iam sonhando com os três pontos – e com a ‘vingança’ sobre Rui Borges, que trocou esta mesma equipa pelo Sporting ainda no final do ano passado – quando Francisco Trincão tirou da ‘cartola’ um golaço que permitiu ao conjunto verde e branco levar um ponto para Alvalade.
Revisto o filme do jogo, vamos então às notas:
Figura
É ingrato para Viktor Gyokeres que, depois de um hattrick, o jogo tenha terminado empatado. O sueco esteve imparável e merecia um desfecho diferente, pelo que se percebe a sua indignação após o apito final.
Surpresa
Telmo Arcanjo foi determinante para o empate ao entrar com tudo no jogo. A cerca de meia hora do fim, mudou o rumo dos acontecimentos e foi, sem dúvida, o elemento mais inconformado do Vitória.
Desilusão
Tem de ser atribuída alguma culpa a Franco Israel no lance do primeiro golo, dado que parece partir demasiado tarde para a bola no livre batido por Tiago Silva. Apesar de algumas boas intervenções, o uruguaio não esteve particularmente inspirado e acaba por sofrer quatro golos num só jogo.
Treinadores
Daniel Sousa continua sem saber o que é ganhar pelo Vitória SC. Neste jogo, contudo, liderou uma equipa com garra e ao intervalo terá, certamente, ajudado o grupo a acreditar que era possível fazer mais. As substituições, principalmente a de Telmo Arcanjo, foram bem preponderantes.
Rui Borges foi incapaz de evitar o desaire do Sporting, na reta final do jogo, e ao sofrer o 2-3 podia ter aproveitado para mexer na equipa. Não o fez e o grupo viu-se imobilizado a assistir à reviravolta.
Árbitro
João Gonçalves quis deixar jogar – e bem -, mas fica a sensação de que podia, principalmente na segunda parte, ter mostrado mais alguns amarelos para conter a tensão que se começou a sentir.
