Francisco J. Marques recorreu, ao início da tarde desta quinta-feira, ás redes sociais para lançar, uma vez mais, questões quanto ao real motivo pelo qual a direção do FC Porto, liderada por André Villas-Boas, lançou o Portal da Transparência.
O ex-diretor de comunicação assume que “discriminar os valores pagos nas transferências é um grande contributo para a transparência”, mas sublinha que “também há coisas que precisam de mais esclarecimentos e que não parecem nada transparentes”, como “a existência de uma comissão de gestão”.
“Acompanho os negócios do futebol desde 1990 e nunca ouvi falar na existência de uma comissão de gestão numa transferência, fosse do FC Porto, fosse de qualquer outro clube. Falemos do Real Massamá, falemos do Real Madrid. Não ouvi eu, nem ouviu ninguém,” escreve.
“Isto é uma comissão e para todos os clubes do mundo trata-se de uma comissão, com exceção do FC Porto, que agora surge com esta novidade de uma alegada comissão de gestão, para poder dizer que as comissões são mais baixas”, acrescenta.
Francisco J. Marques começa por dar como exemplo “o excelente Samu”, que custou “15 milhões de euros por 50% do passe”, ao que “acrescem um milhão de intermediação e 260 mil euros anuais de gestão”, o que deixa dúvidas.
“Mas então se a comissão de gestão é para pagar durante a vigência do contrato e o contrato de Samu é de cinco anos a comissão de gestão vai totalizar 1,3 milhões de euros, o que somado ao milhão da intermediação atinge os 2,3 milhões de euros”, refere.
“Ou seja, segundo o critério universal de cálculo das comissões de transferências, seguido por todos os clubes do Mundo, a comissão do negócio de Samu é afinal de 2,3 milhões de euros, o que num negócio de 15 milhões significa uma percentagem de 15,3%”, completa.
A terminar, o ex-dirigente do conjunto azul e branco deixa um aviso: “Ao agir desta forma está a assassinar a excelente iniciativa de criação do Portal da Transparência, que mais não parece do que servir um desejo de ajuste de contas”.