Bruno Lage continua 100% vitorioso nesta, ainda curta, segunda passagem pelo Benfica. As águias contam com um saldo de quatro vitórias em outros tantos jogos no pós-Roger Schmidt e os números relativos ao ataque são avassaladores.
Depois de um arranque de época muito perdulário e pouco inspirado, com o treinador alemão a admitir problemas para a equipa marcar golos, Lage parece ter aplicado a receita certa e desbloqueou a veia goleadora ao estilo Cristiano Ronaldo. Sim, falamos da tal teoria do… ketchup.
O treinador português arrancou com um triunfo categórico sobre o Santa Clara (4-1), na Luz, e já viu a equipa marcar 14 golos, um registo que triplica praticamente o saldo de Roger Schmidt, que nos primeiros quatro jogos desta época apenas viu o Benfica apenas marcar cinco golos.
Acabou o duplo pivot e apareceu um tal ‘Harry Potter turco’
Claro está que a mudança na equipa técnica acaba sempre por despertar os jogadores, mas há outros dois fatores que ajudam a explicar o que realmente mudou no ataque do Benfica. Em primeiro lugar, a tática escolhida por Lage, que acabou com a ‘obsessão’ de Roger Schmidt em formar um duplo pivot com Florentino Luís e Leandro Barreiro. A presença de dois médios com as mesmas características tirava verticalidade à equipa e, neste momento, Kokçu surge como médio mais criativo, ‘protegido’ por Florentino e um Aursnes com funções fixas a meio campo.
O resultado? Uma ligação mais fluída entre o setor intermédio e o ataque e maior facilidade em tirar proveito da mestria de Angel Di María e da imprevisibilidade de Kerem Akturkoglu, reforço que chegou no último dia do mercado de verão e que vai fazendo esquecer Rafa Silva, com três golos e duas assistências em apenas quatro jogos com a camisola do Benfica. Ao mesmo tempo, o ponta de lança Pavlidis não tem a necessidade de sair da sua área da ação para ter participação ativa no jogo do Benfica, que, por esta altura, conta com mais claras oportunidades de golo.
Suplentes ganham novo papel
Há, ainda, um dado extra a destacar: o papel dos suplentes já não é o mesmo. Muitas das vezes, Roger Schmidt olhava para o banco como uma mera solução para refrescar fisicamente a equipa, algo que, com Bruno Lage, ganha outra dimensão.
Nomes como Zeki Amdouni, Arthur Cabral, Benjamín Rollheiser ou Gianluca Prestianni são vistos por Lage como ‘armas’ para encontrar outras formas de ferir os adversários ou até mesmo para mudar a disposição tática da equipa, transformando o 4x3x3 num 4x4x2, como se verificou, por exemplo, na goleada imposta ao Gil Vicente, na noite de sábado.