“É um orgulho e uma responsabilidade maior [ser capitão], porque perdemos as nossas referências, principalmente o ‘Seba’ [Sebastián Coates], que era uma referência muito importante para o clube e para nós. Mas faz parte daquilo que é o futebol. Nós estamos cá para assumir essas responsabilidades e vamos dar o nosso melhor para não sentirmos a falta dos nossos capitães”, afirmou o jogador aos jornalistas, após o empate no jogo particular com o Union Saint-Gilloise (2-2), no Estádio Algarve.
Além de Coates, que representava o Sporting desde 2015, os ‘leões’ também perderam Neto e Paulinho, outros dois dos elementos mais experientes do plantel que conseguiu o título em 2023/24.
Daniel Bragança, um dos novos capitães, a par de Gonçalo Inácio, numa hierarquia liderada pelo médio dinamarquês Hjulmand, confessou que ainda está a habituar-se ao peso que agora pode ter junto dos elementos mais jovens do plantel.
“Acredito que eles olhem também para nós como eu olhava para os mais velhos na altura. Faz parte daquilo que é a evolução e eu tenho de estar preparado e acho que vou estar preparado, tanto eu como os restantes”, assegurou.
O médio do Sporting garantiu que “o ambiente está igual”, porque no plantel continuam muitos jogadores que vêm do ano passado, além da presença de “muitos miúdos, o que é bom”, declarou.
“É claro que sentimos também um bocadinho a falta deles, mas agora o grupo está a habituar-se a estar sem eles e temos muitos jogadores que também já vêm de anos passados. O balneário está igual”, prosseguiu.
Sobre a escolha de Hjulmand para liderar a hierarquia, Daniel Bragança revelou que o grupo “aceitou bem” a decisão.
“Acho que era, para mim, se calhar a principal referência como capitão, depois da saída do ‘Seba’, e o grupo aceitou bem. Eu acho que ele está preparado, só tem de trabalhar um bocadinho melhor o português, mas de resto, acho que está preparado”, afirmou, em tom de brincadeira.
Questionado se o Sporting, por ser campeão, é o principal favorito ao título, Daniel Bragança negou, justificando que os rivais vão estar “à altura” e exemplificando com o Benfica da época passada.
“O que está para trás já passou. Se nós não formos iguais, viu-se no caso do Benfica. Foram campeões [em 2022/23] e depois não foram, se calhar, tão competentes e acabaram por não ser campeões. O ano passado já foi, nós não nos podemos agarrar muito ao passado, temos de ser cada vez melhores, senão os adversários estão cá para nos tentar tirar o título”, frisou.
O médio, que marcou no primeiro jogo particular do dia, frente ao Portimonense (2-0), e não alinhou frente aos belgas, lembrou que a temporada 2023/24 do Sporting foi “excelente”, mas não teve “todos os troféus” que os seus jogadores queriam conquistar.
“E se há coisas que podemos ainda melhorar e há troféus que ainda podemos ganhar, acho que acaba por ser esse o objetivo. (…) Sabemos que é muito difícil, temos adversários, temos rivais, mas vamos trabalhar para estar no nosso melhor e tentar fazer melhor ou igual, se for possível”, finalizou.
No Estádio Algarve, os golos de Rafael Nel, aos 45+1 minutos, e Pedro Gonçalves (54) deram uma vantagem de dois golos ao Sporting, anulada pelos tentos de Sadiki (73) e Promise David (88).