Romelu Lukaku concedeu, esta quinta-feira, uma extensa entrevista ao podcast Friends of Sport, na qual revelou que esteve a um passo de abandonar a seleção da Bélgica depois do Mundial’2022. Na altura, os diabos vermelhos, que eram orientados por Roberto Martínez, caíram na fase de grupos da prova disputada no Qatar após um nulo frente à Croácia.
“Depois do Mundial’2022 chorei todos os dias durante várias semanas. Queria estar presente no meu país porque o treinador e a equipa precisavam de mim. Foi a primeira vez em 29 anos que o futebol me tocou. Nunca pensei em depressão, mas chorei todos os dias durante semanas”, começou por dizer Lukaku, atual jogador dos italianos do Napoli.
“Thierry Henry [adjunto da seleção belga] ligava-me três vezes por dia. Sou viciado em futebol e desde esse dia até ao final do Mundial não vi um único jogo, simplesmente chorei todos os dias. O momento em que o Domenico Tedesco [atual selecionador da Bélgica] me visitou em Milão, eu estive prestes a dizer-lhe que queria deixar a seleção, mas ele disse que precisava de mim. Fui para casa, ponderei em família e decidiu continuar. Logo no primeiro jogo com o Tedesco, contra a Suécia, marquei um hat-trick”, prosseguiu o dianteiro.
Lukaku falou também sobre as críticas que a imprensa inglesa lhe fez durante a sua passagem pela Premier League, onde esteve no Chelsea e no Manchester United.
“Em Inglaterra, quiseram colocar-me numa caixa. Veem alguém com a minha estatura e pensam que é o novo Drogba e, como o Didier fez o que fez, acham que tenho de fazer o mesmo. Eu não sou assim. O Didier estava mais virado para a baliza, conseguia segurar a bola independentemente do lado de onde a jogasse. Não é o meu estilo. Deixem-me correr para trás, façam-me entrar”, finalizou.