Pela principal seleção ‘albi-celeste’, Messi começou por perder as finais da Copa América de 2007, 2015 e 2016 e, pelo meio, a do Mundial de 2014, mas, depois de ‘ameaçar’ deixar a seleção, optou por não desistir e somou agora o quarto troféu, num jogo que teve de abandonar, lesionado, em lágrimas, aos 66 minutos.
Antes do triunfo de domingo, o ‘capitão’ argentino já tinha ajudado a Argentina a vencer a Copa América de 2021 e, em 2022, a Finalíssima (embate entre o campeão sul-americano e o europeu) e o Campeonato do Mundo realizado no Qatar.
Messi tem, assim, um balanço ‘nulo’ em finais com a seleção principal, mas desempata a seu favor este registo com os triunfos nas finais do Mundial de sub-20, em 2005, nos Países Baixos, e no torneio de futebol dos Jogos Olímpicos, em 2008, em Pequim.
Pela equipa principal, ao serviço da qual se estreou em 17 de agosto de 2005, com inusitada expulsão face à Hungria, o agora jogador de 37 anos demorou muito a ganhar, apesar de ter estado muito cedo, logo em 2007, a um triunfo de o conseguir.
A dar os primeiros passos na formação ‘celeste’, com 20 anos, Messi brilhou na Copa América disputada na Venezuela, com destaque para um brilhante ‘chapéu’ nas meias-finais com o México, mas caiu com estrondo na final com o Brasil (0-3).
Sete anos volvidos, voltou a uma final, esta a ‘maior’ de todas, a do Mundial, disputado em 2014 no Brasil, onde a Argentina disputou o título com a Alemanha e perdeu por 1-0, já no prolongamento, depois de perder várias ocasiões claras.
Um ano depois, voltou à final da Copa América, no Chile, mas acabou derrotado nas grandes penalidades (1-4), num desempate face à seleção anfitriã em que só Messi acertou para o lado argentino, depois de 120 minutos sem golos.
O ‘filme’ repetiu-se um ano depois, nos Estados Unidos, com a Argentina a cair novamente nos penáltis face aos chilenos (2-4), após mais um jogo sem qualquer golo, sendo que, desta vez, Messi falhou a primeira tentativa dos ‘albi-celestes’.
A quente, depois de uma quarta final perdida, e terceira em três anos, anunciou o ‘adeus’, inconsolável após mais uma derrota, mas, a frio, reconsiderou e prosseguiu: “Se não conseguir, não será por não ter tentado tudo”, frisou.
A Argentina esteve longe de poder vencer o Mundial de 2018, batida nos ‘oitavos’ pela França, que ganharia a competição, e caiu nas meias-finais da Copa América de 2019, face ao anfitrião Brasil, que também acabou campeão, mas as derrotas acabaram ai.
Em 2021, numa Copa América que se teve de jogar novamente no Brasil por culpa da covid-19, Messi, há muito capitão, pôde, finalmente, levantar um título, ao vencer a primeira final pela seleção principal, face ao Brasil, em pleno Maracanã.
Um golo do benfiquista Ángel Di María, seu companheiro de ‘mil viagens’, valeu o título à Argentina, o primeiro desde 1993.
Com o triunfo na Copa América, a formação de Lionel Scaloni ganhou o direito a discutir a recuperada Finalíssima com a campeã europeia Itália, a fechar a época 2021/22, e arrebatou o troféu em Wembley com um claro 3-0 e duas assistências de Messi.
No final de 2022, chegou, finalmente, o mais esperado título, a única peça que faltava no puzzle daquele que muitos consideram o ‘G.O.A.T’, o melhor de todos os tempos, o Mundial.
Em 18 de dezembro, em Lusail, no Qatar, Messi inaugurou o marcador, de penálti, e fez o 3-2, já no prolongamento, mas a Argentina só venceu na ‘lotaria’, por 4-2, depois de um empate a três no final dos 120 minutos.
O ‘capitão’ fechou aí o ‘circulo’, mas, agora mais aliviado, sem, pressão, já só com prazer, continuou a liderar a Argentina e no domingo, em Miami, perto da sua nova casa, somou mais um título, o quarto consecutivo.
Pela Argentina, Messi soma agora 109 golos e 56 assistências, em 187 jogos, e, mais importante, quatro títulos, depois de quatro deceções. A lenda continua.