José Mourinho explicou, na noite de terça-feira, os motivos que o levaram a operar apenas uma substituição na derrota do Benfica na visita ao Newcastle (0-3), em jogo da 3.ª jornada da Liga dos Campeões. Em conferência de imprensa, o treinador das águias explicou que apenas tirou Amar Dedic por lesão e disse que seria “muito injusto” colocar novos jogadores nos últimos 10 minutos.
“A mudança do Dedic é por lesão. Ao não ter nenhum lateral direito de raiz no banco para entrar, tentei dar o Ivanovic ao jogo, que é um jogador rápido, que podia encontrar profundidade e continuar com o Aursnes a lateral, parecido com o Dedic em algumas coisas”, começou por explicar Mourinho, prosseguindo.
“Depois não fiz mais nenhuma modificação porque, pensando com aqueles que estavam à minha direita e à minha esquerda, não consegui convencer-me a mim próprio que alguma modificação pudesse melhorar a equipa. Depois, também, acho que é muito injusto, nos últimos 10 ou 15 minutos de jogo, a perder por 3-0, acho que é muito injusto meter um jogador dentro [de campo]. Podia meter o Barreiro? Injusto. Podia dar 10 ou 15 minutos ao Ivan Lima? Para um menino entrar a perder 3-0, injusto. Achei que era injusto para os jogadores do banco fazer alguma modificação“, argumentou o treinador de 62 anos.
Mourinho foi também confrontado com os elogios que deixou ao plantel do Benfica no momento em que ainda estava no Fenerbahçe, admitindo que naquela altura quis sacudir a pressão para as águias.
“Para mim falar do plantel é uma posição difícil para mim. Prefiro manter-me coerente com aquilo que disse quando joguei contra o Benfica. Honestamente, também o disse para tentar desresponsabilizar a minha equipa de então e meter sobre o Benfica a responsabilidade de equipa de Champions. Foi com essa intenção. Há um jogador de quem eu gostava muito e não temos cá agora. Mas acho que tinha de acontecer. Da maneira como o meu anterior clube como se meteu na situação do Kerem [Akturkoglu], tinha de acontecer e o Benfica nunca teria condições para manter um jogador que ganhava X e que iria para casa ganhar cinco vez mais. Era uma situação impossível de controlar. É um jogador que nos faz falta”, frisou Mourinho, lamentado ainda que não possa contar com Manu Silva e Alexander Bah.
“Sobre o equilíbrio do plantel Manu e o Bah fazem muita falta. O Manu, felizmente, está perto de regressar, o Bah não tanto, mas são dois jogadores muito importantes no equilíbrio do plantel. O Bah hoje poderia ter entrado, o Manu podia ter-nos ajudado com a sua fisicalidade”, apontou.
Lage não era alvo
Mourinho esclareceu ainda aquilo que havia dito na véspera, sobre a falta de ritmo da equipa, garantindo que não estava a criticar o seu antecessor Bruno Lage
“Alguns de vocês levaram para um lado que eu não queria levar. Já frisei aqui que não há dois treinadores iguais. Da minha parte não há, não houve nem haverá qualquer tipo de crítica, [Bruno Lage] é um ótimo treinador que o Benfica teve, que ainda por cima é meu amigo, mas nós somos treinadores diferentes. Acho que para este tipo de jogo, de Champions, contra equipas muito poderosas, onde nós temos de ser muito organizados, são precisos jogadores que façam a diferença no último terço, que saiam de um bloco mais baixo para contra-ataque”, rematou o treinador do Benfica.
