Aintrodução de um novo formato no Mundial de Clubes tem levantado muitas questões e há quem aponte o dedo à decisão da FIFA, por conta dos jogadores que terão um período de férias muito menor entre a última e a nova temporada. Pep Guardiola foi questionado sobre o tema na noite de domingo, em conferência de imprensa para o duelo do Manchester City frente ao Al Hilal, relativo aos oitavos de final da competição, e acabou por fazer uma pequena reflexão que está a dar que falar um pouco por todo o mundo.
Instado a comentar o facto de Arsenal e Liverpool terem a vantagem de não estarem neste Mundial de Clubes e partirem, assim, mais frescos para o ‘ataque’ ao título inglês, Guardiola admitiu todos os cenários e revelou o “grande objetivo “do Manchester City nesta presença nos Estados Unidos da América.
“Eu tento não pensar sobre isso. Caso contrário, vou ficar muito ansioso. Portanto, tento apenas relaxar e desfrutar destes dias aqui e do bom ambiente que temos. Tentar ganhar a competição e, o mais importante de tudo, recuperar e descobrir ou redescobrir aquilo que somos. Isso é o meu maior objetivo neste momento”, começou por dizer Guardiola, prosseguindo.
“Não dizendo isso aos jogadores, mas ver como eles encaram os treinos e os jogos. Que eles possam sentir que é isto que nós somos. Que este é o nosso caminho para voltarmos a ser competitivos como fomos durante, diria, oito dos últimos nove anos. Esse é o maior objetivo. Estou feliz por termos vencido a Juventus, mas o mais importante foi os jogadores conseguirem ver que conseguem fazer isto. Que podemos ser agressivos com e sem bola”, destacou Guardiola, antes de abordar as possíveis consequências físicas nos jogadores durante a próxima temporada.
“Depois o que acontecer no final.. Vamos descansar o tempo que a Premier League nos deixar e vamos jogo a jogo e mês a mês. Talvez em novembro, dezembro ou janeiro, perguntam-me e foi um desastre e estamos exaustos e o Mundial de Clubes destruiu-nos… Não sei, porque é a primeira vez que isto acontece na nossa vida. Vamos ver. Mentalmente eu creio que esta competição é como se fosse um Mundial ou um Europeu de seleções nacionais. Portanto, vai acontecer por vezes e temos de descansar mentalmente para tentar perceber como cuidar dos nossos jogadores”, alertou Guardiola.
Ainda sobre o mesmo tema, o treinador do Manchester City também foi convidado a comentar as recentes declarações proferidas por Jurgen Kloop, que disse que este Mundial de Clubes “era a pior ideia de sempre implementada no futebol”.
“Escutem, eu e o Jurgen debatemos muitas vezes. Lutámos muito nos encontros da UEFA em Inglaterra, nomeadamente quando a Premier League tentou dar mais qualidade ao calendário. Não me surpreende muito. Eu percebo-o e respeito-o. Tivemos uma relação incrível durante muitos anos como rivais. Percebo o ponto de vista dele, mas ao mesmo tempo estamos num trabalho e temos de seguir [as ordens] da FIFA, da UEFA, da Premier League, da Serie A… De todas as competições. Não são os treinadores que organizam as competições. Eu já disse que estou orgulhoso por estar aqui. Muitos clubes criticam estas competições porque queriam estar aqui. É muito difícil para os treinadores, porque eu adoraria ter dois meses para preparar a nova época. Mas é o que é. Vamos fazer o nosso melhor”, rematou Guardiola.
Jurgen Klopp ‘arrasa’ (novo) Mundial de Clubes: “A pior ideia de sempre”
Antigo treinador alemão do Liverpool teme que a competição desencadeie uma onda de lesões “nunca vista” na próxima época, apontando para a falta de tempo de descanso para os jogadores entre as épocas.
Francisco Amaral Santos | 12:22 – 28/06/2025
