O FC Porto teve de fazer pela vida, na tarde de domingo, perante um Estádio do Dragão lotado, para vencer o ‘lanterna vermelha’ Farense (2-1), em jogo da 5.ª jornada da I Liga. Os dragões até tiveram um domínio “avassalador”, tal como referiu Vítor Bruno posteriormente, mas os ferros e uma muralha erguida por um ‘Velho’ conhecido impediram que o calor desse lugar a uma ‘chuva’ de golos.
Os primeiros minutos até faziam prever que os dragões caminhariam para um resultado confortável, mas cedo Ricardo Velho mostrou que seria uma barreira difícil de ser ultrapassada, contando com a preciosa ajuda dos postes e das traves.
O nulo apenas durou 45 minutos, seguindo-se uma segunda parte com uma ponta inicial ‘louca’ e uma reta final igualmente alucinante. Galeno abriu o ativo de penálti, Otávio assinou novo erro que permitiu que Tomané empatasse, mas Samu Omorodion saltou do banco para a salvação no relvado, apontando o golo mais decisivo que permitiu ao FC Porto regressar às vitórias e ao segundo lugar, apenas atrás do Sporting, que tem mais três pontos.
Vamos aos protagonistas de uma tarde de sol e muita emoção no Dragão.
A figura
Samu Omorodion esteve apenas 26 minutos em campo na tarde de ontem, mas teve mais do que tempo para resolver um jogo que parecia de difícil resolução. Por vezes fica a sensação que ainda não está sintonizado com os colegas de equipa, mas no momento chave resolveu e ofereceu a vitória aos dragões, estreando-se a marcar com a camisola azul e branca. A ‘bomba’ de mercado do FC Porto já dá frutos.
A surpresa
Ricardo Velho não é propriamente uma surpresa para quem acompanha o futebol português, até porque se trata do melhor guarda-redes da I Liga da época transata. Ainda assim, o guardião português continua a colecionar exibições memoráveis e ontem evitou uma goleada das antigas com 10 (!) defesas, além de ter contado com a preciosa ajuda dos ferros.
Surpresa é o facto de ter continuado no Farense, uma vez que Ricardo Velho merece outros voos.
A desilusão
Otávio continua a acumular erros que podem custar ao FC Porto. Na ronda anterior havia cometido uma grande penalidade sobre Gyokeres, em Alvalade, após uma abordagem questionável e ontem voltou a ‘meter água’ permitindo a Tomané que tivesse via aberta para o golo do empate. Com Tiago Djaló à espreita, o lugar do ex-Famalicão no onze está cada vez mais em risco.
Os treinadores
Vítor Bruno
Não teve receio em apostar nos reforços Moura e Pérez e viu a equipa dar uma boa resposta em quase todos os momentos do jogo. O FC Porto continua a dar alguns sinais de preocupação, mas fica a sensação que se tratam de problemas de adaptação que rapidamente podem ser corrigidos jogo após jogo. Nota, ainda, para a forma como Vítor Bruno cedo mexeu na equipa, não perdendo tempo em ir atrás do prejuízo – leia-se, vitória.
José Mota
O treinador do Farense surgiu bastante agastado após o final do jogo, apontando o dedo às decisões de Nuno Almeida, mas a verdade é que não fossem os postes e Ricardo Velho, o resultado poderia ter sido bem menos simpático para os algarvios.
O árbitro
Nuno Almeida teve uma tarde trabalhosa no Dragão, tendo dois lances de maior discussão. Assinalou de pronto o penálti sobre Galeno, que foi, de facto, agarrado, mas o golo de Samu motivou muitas queixas do Farense, que aponta para um pisão do avançado espanhol sobre Poloni antes de bater Ricardo Velho.