Afinal, Rúben Amorim descobriu um outro Gyokeres em Alvalade. As muitas dúvidas sobre a saída do sueco no verão levantaram questões sobre se o Sporting conseguiria ou não ultrapassar esta que seria uma baixa de peso. A estação mais quente do ano já lá vai, o goleador leonino ficou e o outono trouxe um jovem avançado que assentou que nem uma luva no esquema tático dos campeões nacionais. Falamos, claro está, de Conrad Harder.
O dinamarquês estreou-se a titular no domingo ante o AVS e não podia ter dado melhor resposta. Os leões venceram por 3-0 os avenses, que saem de Lisboa sem um remate à baliza de Franco Israel, e o jovem esteve em evidência ao marcar e assistir em pleno Estádio de Alvalade, que vibrou com a pérola nórdica.
A velocidade esteve lá, a capacidade física também e a finalização requintada não faltou. A única diferença para com Gyokeres é mesmo o pé dominante. Se o camisola 19 dos leões faz uso do pé esquerdo, o ‘furação’ sueco tem o direito como o seu preferencial. O jovem avançado dinamarquês marcou na estreia e imitou Cristiano Ronaldo nos festejos, após um remate forte no lado esquerdo da área, sem hipóteses para Ochoa. Alvalade estava conquistada.
Depois apareceu um ‘cliente’ habitual. No último minuto de compensação da primeira parte, Harder lançou Gyokeres em velocidade e o avançado sueco respondeu com o nono logo na I Liga esta temporada. O décimo golo do sueco apareceria no segundo tempo, aos 71 minutos, com um remate de fora da área.
Falando de recordes, esta frente fria nórdica trouxe consigo uma página de ouro para os leões. O Sporting somou a sexta vitória em seis jogos no campeonato e igualou o melhor arranque do clube neste século na I Liga, obtido na temporada de 2017/18, então sob o comando de Jorge Jesus. A história pode ser reescrita com mais uma vitória.
Além das seis vitórias, o Sporting de Amorim supera esse Sporting de Jesus no que diz respeito aos golos. Se em 2017/18 tinha 15 golos marcados e três sofridos nos seis primeiros jogos da I Liga, a ‘máquina’ de 2024/25 tem 22 golos marcados e dois sofridos.
Mas vamos às notas da partida:
Figura
Já começa a ser habitual, mas Viktor Gyokeres volta a levar para casa o prémio de melhor em campo neste encontro. Fez parelha com Conrad Harder nesta partida, mas roubou o protagonismo ao dinamarquês com um bis. Precisou de seis jogos para somar 10 golos.
Surpresa
Conrad Harder é um autêntico clone de Gyokeres. Estreou-se a marcar na primeira titularidade e mostrou muitos pormenores semelhantes aos do sueco, como a velocidade e a capacidade incisiva. Até levou para casa uma assistência. Se o mostro da Suécia sair de Alvalade um dia, o seu sucessor já apresentou serviço.
Desilusão
Kiki Afonso é um dos mais experientes do plantel do AVS, mas essa experiência não apareceu neste duelo em Alvalade. O defesa esquerdo dos avenses esteve muitos furos abaixo do esperado, permitindo que a grande parte das ofensivas dos leões fossem feitas pelo seu lado.
Treinadores
Rúben Amorim
Seis jogos, seis vitórias e cinco jogos sem sofrer golos. Quem para esta máquina leonina? Sem grande esforço, os campeões nacionais averbaram mais um triunfo. Será preciso trazer a lição muito bem estudada para retirar pontos a esta equipa.
Vítor Campelos
Há muito trabalho pela frente se o conjunto avense quiser continuar na I Liga. O clube da Vila das Aves deixou Alvalade sem um único remate à baliza de Franco Israel, o que prova a má exibição da formação nortenha.
Arbitragem
Ficam muitas dúvidas na decisão de Ricardo Baixinho de ignorar a decisão do VAR Rui Costa e não marcar penálti por eventual mão na bola de Fernando Fonseca num lance com Harder. Já na segunda parte, há falta de Roux sobre Gyokeres e seria segundo amarelo para o defesa francês. O juiz lisboeta esteve algo nervoso e tomou decisões erradas.