Pedro Gonçalves concedeu, esta quinta-feira, uma extensa entrevista à Sporting TV. O avançado leonino passou em revista as várias fases da carreira até chegar a Alvalade. E um dos temas abordados foi a mudança para os sub-13 do Sporting de Braga, em 2010.
“Foi mais difícil ir de Vidago para Braga. Não tinha as condições de agora. Meteram-me motoristas privados, ficava na casa de uma senhora, depois íamos até à escola, ao restaurante e os treinos eram só à noite. A partir daí não tinha ninguém, ia sozinho para o restaurante e a casa. Fazia o caminho sozinho, pelas nove dez da noite”, começou por dizer o internacional português.
“Até cheguei a ser meio assaltado por miúdos mais velhos, porque estava a fazer a caderneta dos cromos. Parei, feito burro, sentaram-se ao meu lado. Não tinham o Iniesta e queriam ficar com ele. Depois perguntaram por dinheiro e telemóvel. E eu comecei a correr. O Braga sentiu que fiquei com medo, já não ia jantar, ligava à minha mãe todos os dias a chorar a dizer que queria voltar para casa. Mas deram-me depois condições. E fiquei com o Iniesta. Por isso foi mais fácil quando fui para Valência, foi bom para aguentar o meu primeiro ano de Valência, um ano sem competir, a FIFA dizia sempre que me ia inscrever e depois tive de aguentar só a treinar, sem competir”, prosseguiu o avançado leonino.
Na mesma entrevista, Pote falou sobre o título conquistado na época passada.
“Sinto que o título da última época foi indiscutível, fomos a melhor equipa. Em 2020/21 talvez também tenhamos sido a melhor equipa, mas não éramos tão regulares. No Marquês de Pombal sentimos a emoção e é o mínimo que podemos oferecer às pessoas que nos acompanham durante todo o ano. Queremos que se sintam alegres, que naquele dia não pensem em mais nada e que só pensem em festejar o título do seu grande amor”, vincou, prometendo melhorar esta temporada.
“Sei que consigo dar mais, que consigo fazer a diferença e tenho trabalhado para isso. Quero ser um jogador que consegue fazer mais golos, mais assistências e que dentro dos 90 minutos não tenha alguns apagõezinhos. Melhorei em alguns aspetos, mas também não sinto que seja um jogador muito diferente, porque o meu estilo de jogo sempre foi este e não tenho muitas diferenças”, ressalvou Pedro Gonçalves.
O avançado falou ainda da época 2020/21, quando chegou a Alvalade, quando se tornou o melhor marcador do campeonato.
“Nunca imaginei, nem hoje acredito no que fiz, mas sei que foi histórico. Individualmente, o jogo com o Marítimo nessa época (2020/21) foi aquele em que me senti mais realizado. Quando entrei em campo já sabia que o Seferovic tinha feito dois golos e estava na casa de banho quando tomei consciência que tinha de marcar três. Disseram que me iam ajudar a marcar os três golos e foi isso que aconteceu. Para mim esse foi o momento mais alto, até me pediram as chuteiras para serem colocadas no museu. Ainda assim, houve outros jogadores a fazerem golos semelhantes, como o Kane ou o Fatawu, apesar do meu ter sido no Emirates, para uma eliminatória da Liga Europa”, finalizou.