“Em geral, as trocas de treinador levam a alguma coisa positiva no imediato. Ainda por cima, o Benfica ganhou os dois jogos. É claro que está com a moral alta e tem uma equipa forte. O que mudou? O futebol é assim, a confiança. Sem dúvida, vamos defrontar uma equipa confiante”, admitiu o técnico italiano, em conferência de imprensa.
Desde a substituição do alemão Roger Schmidt por Bruno Lage, as ‘águias’ regressaram às vitórias no campeonato, ao baterem em casa o Santa Clara (4-1), antes de abrirem a fase regular da remodelada Liga dos Campeões com um triunfo em Belgrado perante o campeão sérvio Estrela Vermelha (2-1).
“Todos sabemos que eles jogaram nas competições europeias [a meio da semana], mas eu já tenho muitas situações para equacionar na minha equipa e não vou estar a pensar na equipa deles. Estou ainda na dúvida sobre qual será o nono jovem proveniente das camadas jovens a estrear-se pela equipa principal do Boavista. Alinhámos com oito nos últimos jogos, mas, se calhar, amanhã [na segunda-feira] vamos atuar com nove”, notou.
O Benfica está invicto há cinco partidas nas diversas provas, mas procura a primeira vitória longe da Luz na I Liga em cinco meses e apenas triunfou por uma vez nas últimas quatro épocas em visitas ao Boavista, que vem de empates sucessivos perante Estoril Praia (0-0) e Estrela da Amadora (2-2), frente ao qual desperdiçou duas vantagens.
“Chegámos muitas vezes [à baliza adversária] nos jogos passados. Os golos marcados e sofridos [na Reboleira] fazem parte do trabalho. Agora, defrontaremos uma equipa muito forte, mas não é por isso que trabalhámos só a nível defensivo. Dividimos o trabalho nos processos ofensivo e defensivo e é assim que vamos tentar melhorar”, garantiu Cristiano Bacci.
O embate frente ao Estrela da Amadora promoveu a estreia de Tomé Sousa, que, aos 17 anos e nove meses, beneficiou das lesões simultâneas de João Gonçalves e do brasileiro Luís Pires para se tornar o quarto guarda-redes mais jovem de sempre a atuar no escalão principal.
“Quem vai ser titular na baliza? Vamos ver. Como todos os jogadores tiveram uma boa semana, irão ver como me vou levantar amanhã de manhã e, depois, vamos decidir”, atirou o treinador transalpino, que pode também contar com o regressado guarda-redes brasileiro César, sem competição oficial desde novembro de 2022.
Satisfeito pelo “percurso e atitude” do Boavista, que soma cinco pontos em outras tantas rondas, apesar dos impedimentos de inscrição de novos futebolistas determinados pela FIFA há quatro janelas de transferências seguidas, Cristiano Bacci relativizou a ausência de golos de Róbert Bozeník.
Melhor marcador ‘axadrezado’ em 2023/24, numa campanha iniciada com um ‘bis’ no triunfo caseiro perante o Benfica (3-2), o internacional eslovaco está em ‘branco’ há 16 duelos, dispersos por mais de sete meses, mas nunca deixou de ser titular no eixo ofensivo.
“Um treinador não tem de estar preocupado quando os jogadores falham, mas sim quando não chegam [às zonas de finalização]. Nós chegámos muitas vezes e o Bozeník teve oportunidades de fazer golo. Aquilo que passou nos últimos três meses não foi nada fácil. Sabemos o momento que o Boavista está a passar e, na altura do mercado, era difícil gerir aquela situação [face ao interesse de outros clubes]. Agora, é um atleta muito importante para nós, não só pelos golos. Estou muito satisfeito com o trabalho dele”, concluiu.
O Boavista, 14.º classificado, com cinco pontos, recebe o Benfica, sétimo, com 10, na segunda-feira, às 20:15, no Estádio do Bessa, no Porto, no encontro de encerramento da sexta jornada da I Liga, sob arbitragem de João Pinheiro, da associação de Braga.